PUBLICADO EM 21 de mar de 2018
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Trabalhadores punidos mais uma vez

QUINQUAGÉSIMA (50ª) Reunião ORDINÁRIA do Primeiro (1º) Período Legislativo
da Décima Sétima (17ª) Legislatura da Câmara de Vereadores de Itajaí, em seu Primeiro
(1º) Ano de Mandato

Mais vez uma Santa Catarina sente na pele o desmonte do agronegócio e milhares de trabalhadores da indústria sofrem com a insegurança do mercado.

Novamente uma empresa consolidada internacionalmente sofre uma investigação e ao invés de punir os envolvidos, acabam por punir o negócio como um todo.

Aconteceu a mesma coisa com a Operação Carne Fraca. As empresas BRF e JBS foram engolidas por investigações da Polícia Federal sobre fraudes no controle sanitário dos frigoríficos e o desdobramento não foi condenar os fraudadores, foi assistir o cancelamento de contratos de exportação, que somam 40% da saída de frango e suíno do país para o comércio estrangeiro.

De forma sensacionalista, a PF e o Ministério Público deveriam penalizar única e exclusivamente os executivos e técnicos que visavam maximizar o lucro, o que não fizeram. Diante de tamanho escândalo o mercado internacional fechou as portas para o produto brasileiro instantaneamente, obrigando inclusive a JBS a também acabar com frigoríficos no estado, assim como pode acontecer com a BRF.

O agronegócio que deixou SC longe da crise vive pelo segundo ano consecutivo a própria crise. O estado vai amargar o boicote aos frutos produzidos em Concórdia, Chapecó e Capinzal. Só no ano passado o lucro dessas exportações chegou a US$ 22 milhões.

O impacto é imediato. O pátio da BRF em Chapecó estava lotado de caminhões carregados de produtos que iriam embarcar para a Europa. Sem espaço para armazenar tanta carne, os produtos devem ter os valores reduzidos drasticamente e ainda não se sabe se o mercado interno conseguirá absorver tal demanda.

Além disso, a reação é em cadeia. O abate não pode ser suspenso imediatamente, pois é o ciclo do animal, agravando a situação num efeito dominó.

Mas o importante é apenas haver uma suspensão e não o término da produção ou o fechamento da indústria que tanto gera empregos, aproximadamente 100 mil trabalhadores diretos.
Somos a favor das investigações e da punição dos envolvidos, mas acreditamos que não é preciso tanto estardalhaço, que visam apenas alimentar o ego e a credibilidade desses órgãos.

Outra fragilidade do Brasil é a falta de habilidade do Governo em lidar com tais problemas. A final, depois do embargo à carne catarinense, foram os próprios empresários da JBS que conquistaram o mercado novamente, se comprometendo na melhoria da produção e baixos preços.

E quando diminuiu a receita, reduz também o lucro em impostos para o país.

Estamos aqui de prontidão, buscando manter os postos de trabalho e torcendo para que a BRF não tenha que fazer o mesmo que a JBS, fechar unidades no estado e demitir centenas de trabalhadores catarinenses.
Osvaldo Mafra
Presidente da Força Sindical SC

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